15 fevereiro 2015

Resenha: O Doador de Memórias, de Lois Lowry



Oi gente, tudo bom? Quanto tempo! Primeiro eu quero pedir imensas desculpas por ter ficado tanto tempo sem postar, como eu falei na fanpage do blog minhas aulas começaram e agora a única coisa que eu faço é estudar e dormir. Porém, adivinha quem vai ficar em casa no carnaval para preparar vários posts para vocês. Exatamente! E o primeiro deles é a resenha de O Doador de Memórias, que eu li em janeiro e estou devendo a muito, muito tempo.

O Doador de Memórias foi a primeira utopia que eu li. Nada de guerras, de sistema político desmoronando ou de revolucionários. O livro não fez meu coração acelerar, muito pelo contrário, me trouxe uma paz momentânea, e uma certa fé na humanidade que eu nunca havia sentido.

A história é sobre uma sociedade onde todos vivem em perfeita harmonia. Nada de brigas, doenças ou fome. Ninguém sabe o que é isso, ninguém nunca passou por isso, com exceção de uma única pessoa: o recebedor de memórias. Ele é o único que lembra de todos os sentimentos, que carrega todas as lembranças, boas e ruins, das sociedades passadas e é o único que conhece coisas como raiva, amor e solidão. 


Nessa sociedade aparentemente perfeita todos são designados, segundo um sistema a prova de falhas, para um trabalho aos 12 anos, e esse é o ano de Jonas, o nosso personagem principal, receber, também, sua atribuição. Depois de uma pequena confusão na cerimônia, ele descobre que é o novo recebedor de memórias, e vai ser treinado pelo antigo recebedor (agora doador) para esse cargo.

Durante o treinamento, Jonas recebe várias memórias e lembranças que o ajudam a desenvolver os sentimentos e as sensações. No início, Jonas se depara com as coisas boas da vida, e começa a se questionar o motivo pelo qual as outras pessoas são privadas de coisas tão boas assim. Ele encontra a resposta quando começa a receber as memórias ruins, quando descobre o que é dor, perda, fome, solidão. E então ele entende que as coisas boas foram tiradas das pessoas porque não havia equilíbrio entre o bem e o mal, porque o mundo era bem diferente da sociedade em que vivia hoje. Então ele se vê no meio de uma pergunta crucial: vale a pena abrir mão de todos os sentimentos, bons e ruins, se esse for o único método de alcançar a paz?


O Doador de Memórias foi um livro que mexeu muito comigo. Ele me fez refletir muito, de uma forma muito positiva. O livro mostra o dilema pelo qual o Jonas está passando colocando em um lado da balança a perda total de sentimentos e o quão boa seria a vida sem tristeza, raiva, solidão ou angústia e, no outro lado, se vale mesmo a pena abrir mão desses sentimentos, inclusive dos bons, para viver essa vida utópica. E, enquanto ele te coloca a par disso, a autora coloca o próprio dilema na sua cabeça, e, sem perceber, a problemática do livro se torna alvo de reflexão, e você começa a pensar sobre isso sem mesmo notar.

Eu não tinha notado, até que, ao terminar o livro, me senti aliviada pela forma como tudo se desenrolou. Foi quase como se eu mesma fosse uma personagem e estivesse sabendo de tudo que estava acontecendo. O único problema é que até agora eu não sei se abrir mão dos sentimentos para ter uma vida regrada é uma boa troca. Talvez, mas pensando que poderíamos ter uma vida regrada e ainda poder sentir as coisas, apesar de hoje parecer impossível, penso que vale muito mais apena lutar por isso. 

Mário Quintana disse que "os livros não mudam o mundo, os livros mudam as pessoas, as pessoas mudam o mundo".  Bom, O Doador de Memórias com certeza me mudou, agora é hora de mudar o mundo.

CONFIRA TAMBÉM:

O Doador de Memórias: crítica do filme.

6 comentários:

  1. Eu já li esse livro e assistir o filme, os dois são maravilhosos. Agora o que resta é aguarda uma continuação. Gostei da sua resenha. http://luxuosoestilo.blogspot.com.br/2015/02/a-mais-pura-verdade.html

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  2. Eu só vi o filme e após ler a resenha, dei uma lida na sua crítica do filme. Concordo contigo, acho a proposta de Jogos Vorazes/Divergente completamente diferente de O Doador de Memórias. Eu fui com meu irmão assisti esse filme e também pouco sabíamos sobre a história, mas adoramos cada segundo. Aliás, as partes que eu mais gostei e até fiquei emocionada, foram aquelas que o doador transmite as memórias para o recebedor, muito lindo. Imagino como deve ser no livro. Contudo, pra ser sincera, não despertou o meu interesse para a leitura do livro, o que é algo que costuma acontecer. Achei o filme bastante satisfatório e pela sua resenha do livro, o filme me pareceu bem fiel.

    Beijos!
    orocardovento.blogspot.com

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  3. Eu gostei bastante desse livro, preciso ler o segundo da série. Ainda não assisti ao filme, mas alguns amigos disseram que não é muito bom. Só assistindo para ter minhas próprias conclusões, não é?

    Adoro o seu blog, beijão!
    www.acampamentodaleitura.com

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  4. Oi Waleska!!
    Esse livro foi uma surpresa pra mim,porque apesar de ser uma distopia o livro
    é muito curto,mas tem tanta coisa que a história é maravilhosa!!
    E o filme não deixou nada a desejar.
    Beijos!!!

    http://livreirocultural.blogspot.com.br/

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  5. Olá Waleska,

    Esse livro está na minha lista de desejados assim como o segundo a escolhida, pela sua resenha sei que vou gostar demais....abraço.

    devoradordeletras.blogspot.com.br

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  6. Eu estava apaixonada pelo livro e até agora não tive a oportunidade ler. E eu amei sua resenha e agora eu estou ainda mais curiosa. <3
    http://coisas-do-tipo.blogspot.com

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